A importância da sustentabilidade na indústria esportiva

A importância da sustentabilidade na moda não é o assunto do futuro: é uma questão para ser resolvida hoje. Várias marcas da indústria esportiva estão colocando isso em prática. Adidas, Puma e Asics, por exemplo, já lançaram coleções inteiras trocando o plástico por poliéster reciclado.

Por outro lado, o engajamento da indústria esportiva na sustentabilidade é considerado vital para o setor, dito pela própria Associação pela Indústria e Comércio Esportivo (Ápice).

Desde 2015 a entidade desenvolveu, e disponibiliza até hoje, o Programa de Gerenciamento de Resíduos, com consultorias gratuitas para que fornecedores e associados cumpram as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Além da cartilha com o programa, a Ápice (que além das marcas acima reúne ainda Paquetá, Under Armour, Alpargatas, Nike, Skechers e Oakley) também desenvolve programas que capacitem o reuso, a reciclagem ou o aproveitamento de produtos esportivos após consumo.

O exemplo da Adidas é um deles. O Pegada Sustentável 2.0. incentiva o descarte de roupas e calçados esportivos de volta para a própria empresa, dando direito a 15% de desconto em produto similar, a ser adquirido em qualquer uma das 41 lojas-conceito da marca.

Como a indústria esportiva está buscando o viés sustentável

A pandemia aumentou a preocupação com a sustentabilidade no mundo da moda,e na indústria esportiva não faltam exemplos inspiradores para as novas marcas – ou as antigas que ainda não se convenceram a mudar.

A Adidas é uma das marcas que está apostando em soluções múltiplas – e desde antes da crise do coronavírus. Em 2018, por exemplo, ela já havia colocado 5 milhões de pares de calçados com resíduos de plástico reciclado no mercado.

Em parceria com a empresa Parley of The Oceans, resíduos de plástico são recolhidos nas praias antes de chegarem ao mar e transformados em fios reciclados para roupas e calçados.

A linha de alta performance Primeblue, por exemplo, traz pelo menos 40% de matéria reciclada. De acordo com a Adidas, para cada pessoa do planeta existe uma tonelada de plásticos, dos quais, aproximadamente, 80% se tornam lixo.

A empresa também atua em outras frentes, inclusive com foco na redução de emissão de carbono em 30% até 2030, em relação a 2017. A expectativa é que a neutralidade em impacto no clima seja alcançada em 2050.

Essas medidas fazem parte do compromisso da Adidas assinado na Climate Protection Charter for the Fashion Industry (Carta de Proteção Climática para a Indústria da Moda) na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, onde se compromete também a usar somente poliéster reciclado em todos os produtos e aplicações até 2024.

Asics produz uniformes causais sustentáveis para a Olimpíada de Tóquio

O relatório “A new textiles economy: Redesigning fashion’s future”, lançado pela Ellen MacArthur Foundation, em 2017, mostra que cerca de US$ 500 bilhões em roupas pouco usadas são jogados fora por ano.

Isso sem falar no equivalente a um caminhão de lixo cheio de sobras de tecidos, que são queimadas ou jogadas fora em aterros sanitários.

Mas este desperdício tem como acabar. Parceira das Olimpíadas de Tóquio 2021, a Asics já trabalha a sustentabilidade na indústria esportiva desde 2004.

Para o evento deste ano, a empresa confeccionou os uniformes casuais sustentáveis das delegações japonesas e dos voluntários, além de diversos produtos oficiais.

No ano passado, a empresa coletou roupas esportivas entre a população para a produção de roupas oficiais recicladas das equipes olímpica e paraolímpica.

Algodão orgânico na mira da Puma

Já a Puma, desde 2015, cria medidas sustentáveis para melhorar pelo menos 10 setores da empresa. Integrante do Better Cotton Initiative (BCI) – de incentivo ao uso de algodão orgânico, produzido de forma sustentável, sem uso excessivo de água e da qual a Adidas é uma das fundadoras – a marca diversifica parcerias ao redor do mundo.

Uma delas é com a empresa First Mile, que procura impulsionar mudanças sustentáveis ajudando microeconomias através da reciclagem para impactar comunidades locais.

Na outra ponta, a empresa se uniu ao curso de moda da Escola de Design de Londres Saint Martins para, juntos, explorar inovações tecnológicas que levem à fabricação de tecidos amigos do meio ambiente. Em tempo, o curso foi eleito o melhor de moda do mundo em 2015.

A premissa dessas empresas é simples. A indústria esportiva não pode parar, mas não precisa destruir o planeta para isso. O mundo da moda pode se unir em busca de soluções que supram as necessidades básicas de proteção e conforto com muito estilo e sustentabilidade.

Nem tudo é perfeito, mas há compensações

Claro que nem tudo é perfeito e, mesmo entre marcas tão engajadas com a sustentabilidade, há muito o que ser feito na indústria esportiva. Mas há compensações.

A própria Adidas, por exemplo, ainda utiliza plástico nas embalagens de transportes. Em contrapartida, faz doações generosas a entidades de promoção da sustentabilidade na moda, como os 1,5 milhão de euros para a Fashion For Good – o equivalente ao custo do impacto ambiental das embalagens.

Com tantos exemplos de gigantes da indústria esportiva, o que não falta é inspiração para os pequenos. A adequação de alguns processos, aliados a parcerias certas e, principalmente, à vontade de mudar, pode gerar resultados grandiosos, inclusive ajudando a consolidar a identificação da marca no mercado.

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FONTE: HACO

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