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2020 – 2021 os anos pandêmicos (Covid-19) e o comportamento do consumidor

Este biênio é um desafio para todos. Do nosso cotidiano mais prosaico, até as grandes decisões sobre futuro de multinacionais, grandes conglomerados transnacionais, países e órgãos internacionais, todos foram afetados. Para a Economia Criativa como um todo, e da indústria da moda (têxtil-vestuário, couro-calçadista, joias, bijuterias e acessórios em geral) e do design (de produto, interiores e serviços), em específico, o baque foi imenso.

 

Houve muita gente, no entanto, que se dispôs a aprender, a se abrir para novos horizontes, a pivotar de área, a ganhar novas habilidades, bem como correu (e ainda corre) para aprender a fomentar o capital intelectual de todos à sua volta. Essas pessoas, entraram sem medo no mundo digitalizado, criaram novas parcerias, e se dedicou a compreender e se inserir nesse novo mundo. Assim, conseguiu se adaptar e sobreviver, e em alguns casos, crescer, nesse novo cenário. Esse texto vem falar de um momento crucial, que chegará em meses: o momento pós-pandemia. Mas como todo estudo de futuro, ele começa compreendendo o hoje.

 

Viver em pandemia

 

Viver em pandemia não é nenhuma novidade para o ser humano, desde a antiguidade enfrentamos diversas doenças de rápido contágio, e todas, sem exceção, tiveram consequências em hábitos e formas de viver o cotidiano. Foi com a pandemia da chamada  “gripe espanhola”, ou “gripe de 1918” (causada pelo nosso conhecido, e ainda circulante, vírus H1N1, com cepas variantes como a que chamamos a pouco tempo de “gripe suína”) que aprendemos a lavar as mãos antes de comer, ou depois de algum “trabalho sujo”.

 

Com a pandemia da AIDS (HIV) nós passamos a falar sobre sexo seguro, uso de preservativos, e trouxe todo o debate de DSTs para o dia a dia de todos. A Covid-19 também impacta a sociedade em que vivemos e muda os comportamentos. Inicialmente os comportamentos de higiene (ligados diretamente a segurança sanitária) são os primeiros que adquirimos/retomamos: lavar as mãos, passar álcool 70 em tudo, limpar as compras, tirar os sapatos na entrada de casa e desinfetá-los, não compartilhar copos, talheres, pratos etc., tomar banho ao chegar em casa, manter a imunidade sempre alta… Enfim, uma série de práticas que hoje já se solidificaram no nosso dia a dia.

 

Para evitar o contágio rápido, a única coisa a se fazer, antes da vacina, é, quando possível, trabalhar em casa, o famoso, e já corriqueiro, ‘home office’. Este sobrepõem, em um só espaço, o mundo doméstico, familiar, de trabalho e também social e de lazer. Estas justaposições causaram problemáticas sérias, como, por exemplo, repensar onde e como se mora (verificamos um grande fluxo de pessoas indo morar em zonas rurais, praias, casas de Airbnb etc.). Outro questionamento que surgiu foi: “o que é realmente importante dentro de minha casa?”. Assim, desde mobiliários e eletroeletrônicos, até objetos decorativos, e mesmo o guarda-roupa e os produtos cosméticos, tudo foi questionado.

 

Uma consciência radical sobre o seu espaço de viver foi construído ao longo desses 13 meses de confinamento (e que ainda vai continuar até a virada para 2022). Moral da história: diversos objetos passaram a serem compreendidos como desnecessários, e outros ganharam status de ‘imprescindíveis’. Em uma perspectiva mais radical, vimos redefinições de arranjos de vivências familiares (“quem vai morar com quem” passou a ser um debate importante e realista para a saúde psicológica de diversas famílias). Em síntese, verificamos que o mundo de antes da pandemia não existe mais. E que o novo, que ainda se configura, já tem princípios e valores diferentes do que vivíamos no século XX. Você está preparado para viver no século XXI? Não os da ficção científica, mas este que se descortina na nossa frente?

 

Será que viramos ‘bichos pragmáticos’? Sim e não.

 

Ficar em casa e ter que administrar vida doméstica, social e familiar ao mesmo tempo, não é coisa fácil, mesmo para quem mora sozinha (o). Trata-se de uma equação complexa que não tínhamos que resolver até o momento da pandemia. Neste momento, muita gente começou a compreender que organização, eficiência, e mesmo funcionalidade como características prioritárias para viver bem, ou melhor, viver de maneira produtiva em tempos de pandemia. Isso tornou muita gente pragmática também na vida doméstica e familiar, e não só na vida profissional.

 

Por exemplo, percebemos que o excesso é difícil de administrar, e na nossa cara a quantidade de lixo que geramos é um dos dados que gritam aos nossos olhos. Com isso (re) ordenar tudo para conseguir viver dentro de casa sem cair no caos (sobretudo, mental), passou a ser um comportamento cotidiano. Sim, para sobrevivência dentro de um novo contexto, viramos ‘bichos pragmáticos’.

 

Mas, por outro lado, temos também que manter nossa sanidade psicológica, e para tanto, práticas pouco pragmáticas, ou seja, subjetivas, inabituais, incomuns, e mesmo abstratas, como preparar o almoço todos os dias, reordenar e limpar toda a casa no dia que tem vontade de fazer isso (e não dentro de uma agenda programada), parar para meditar/rezar/orar/contemplar algo, e mesmo jogar videogame no meio do dia, ou ver um filme, ao melhor estilo ‘sessão da tarde’ às 15h, fazem parte também destes novos hábitos. São momentos de ruptura com a rigidez do pragmatismo. Um respiro para lembrarmos que o espaço em que estamos não é só para o trabalho,  mas também para o prazer, lazer e relaxamento. Parece contraditório, pois essas são ações que parecem ‘perdas de tempo’, porém, o tempo está sendo reavaliado, na verdade, vem sendo ressignificado. E o tempo do trabalho não é o único que ganha novo status, a vida em família, o tempo para autocuidado, passam a ganhar uma grande relevância, que dificilmente se perderá após a pandemia.

 

Comportamento do Consumidor na pandemia e pós-pandemia

 

Aqui na Tendere estamos estudando as possibilidades de caminhos dos consumidores pós-pandemia, baseados no que conhecemos e compreendemos neste momento de pandemia, e o que historicamente aconteceu em momentos similares (mas não iguais) ao que estamos vivendo. Algumas coisas que já se consolidaram como futuros previstos:

 

(1) A compra consciente, sobretudo em termos financeiros, o velho e bom “custo-benefício” é o elemento mais importante, o comprador hoje realmente precisa perceber o valor que o produto ou serviço está entregando, e este deve ter um preço justo, ou melhor, um preço acessível.

 

(2) Conforto e praticidade são hábitos aprendidos nesse período de pandemia que não serão abandonados. Além disso, há uma grande contingente de empresas que não voltarão para o sistema de escritórios tradicionais, e algumas, mesmo que tradicionais, perceberam que o formato 100% de pessoas no escritório, tem alto custo. Já há estudos que provam que, uma significativa parcela das pessoas que atuam em escritório, rendem mais em home office. Portanto, após a pandemia, muitas das dinâmicas aprendidas e já introjetadas da prática de home office permanecerão.

 

(3) Desejo represado de compra é um fenômeno que acontece após uma guerra, por exemplo. Trata-se de uma onda volumosa de compras, ela deve acontecer neste Natal, ou início de 2022 (nov-dez-jan), momentos que são naturalmente pico de vendas no Brasil devido às festas e férias de verão. Este ano, em específico, este período festivo deve surpreender. Dica: aproveite o pico, mas puxe o freio logo em seguida, pois esse pico é momentâneo, e tem relação direta com a saída mais segura de casa (fique acompanhando as políticas públicas que ajudam no combate e controle da Covid-19), visto que as pessoas já devem estar vacinadas, logo após esse momento, sobretudo em fevereiro, as pessoas tendem a voltar às práticas de compra conscientes e pragmáticas. Dedique-se, nesses próximos meses, a sentir, conhecer, se aprofundar e saber exatamente quem é o seu público e qual a situação econômico-social do cliente hoje, e suas perspectivas no futuro imediato.

 

Temos que ser realistas, pois ao sairmos da pandemia teremos um país mais empobrecido, que perdeu muitos postos de trabalho, que teve muitos investimentos retirados daqui, portanto, as pessoas vão comprar no pico, mas depois vão ‘cair na real’, e vão ver impostos de janeiro para pagar. Portanto, conheça e acompanhe seus clientes hoje, para saber o quê e como vender bem para ele no final deste ano (2021), e progressivamente ao longo de 2022.

 

Esses três pontos são os únicos sobre o comportamento do consumidor neste período que estamos vivendo? Não. No entanto, são os três mais visíveis e óbvios, e, por isso, não devem ser ignorados em seu planejamento futuro.

 

Você já fez seus planos para o momento pós-pandemia? Vale a pena fazê-lo. A Tendere pode te ajudar.

 

FONTE: TENDERE

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